Kitsch

Kitsch é uma palavra complicada de escrever, mas uma delícia de falar! Estudei o que é "Kitsch" no meu primeiro semestre de Desenho Industrial e me apaixonei, porque é muito bizarro e porque é muito presente na nossa vida, principalmente nas nossas casa, mais especificamente nas cozinhas e salas, em outros cômodos também habita, mas cozinha é a sempre a campeã, na minha opinião. Mas o que é isso mesmo? A palavra tem origem alemã e significa ‘reutilização de móveis velhos como novos’, ou também, ‘traste’, o termo é utilizado para caracterizar aquilo que é distorcido, de gosto duvidoso, exagerado, cópia inferior. Temos o kitsch em coisas falsas que pretendem ser melhores do que as originais, como flores de plástico substituindo as verdadeiras, pois não morrem e irão enfeitar sua casa eternamente. Objetos com tamanho desproporcionais, temos como grande exemplo da utilização da desproporcionalidade a cidade de Itu, que é famosa por suas grandes coisas. Produtos com apelo sinestésico, aquilo que provoca com os nossos sentidos, como canetas com cheiro de morango. É comum encontrar o kitsch em qualquer lugar e em qualquer coisa, principalmente em artigos religiosos, como imagens de Nossa Senhora Aparecida que só pra começo de conversa são réplicas, e recebem adornos como luzes, e algumas até vêm com uma oração pra você ouvir e no final só precisar dizer "amém". E também encontramos coisas exageradas em objetos referentes ao erotismo, como cuecas em forma de elefantinho ou cachorrinho, ou calcinhas comestíveis. Existem muitas características referentes ao Kitsch, mas vamos apenas lembrar que qualquer coisa que seja exagerada, brega ou falsa faz parte do "estilo".
Vamos aos exemplos:
O porquinho como cofrinho, quem nunca teve ou pelo menos não viu um? Eu não tive o prazer de ter um porquinho, mas minha avó comprou um louro José - cofre e juntou dinheiro o ano todo, no final eu fui a felizarda de dar uma martelada nele, pena que só ganhei vinte reais por isso!
O chaveiro de vaquinha, eu confesso, eu tenho um e amo! Você aperta o botão que nem na cabecinha dela e ela grita "mooooooo, mooooooo, mooooooo" e ainda acende uma lanterna azul no nariz dela, é bem legal e super kitsch! Foi esse o exemplo que usei na minha aula sobre o assunto em questão, e pela primeira - e única - mandei bem na aula de Plástica.
Essa caneta me intrigou na infância, o meu tio tinha uma e sempre fazia piada sobre com todos os parentes, pra mim era um mistério. Ser criança é muito bom, não?
Continuando no assunto peitos... Olha como a indecência pode ser engraçada e como nossa imaginação pode ser fértil. Tivemos que fazer um projeto kitsch ano passado, uma amiga minha teve essa brilhante ideia, mas ficou com vergonha de apresentá-la! Lembrando disso coloquei no Google "sutiã mãozinha" e eis o que me parece, pensei duas vezes em colocar aqui, mas vai lá...
E só pra piorar a situação a famosa cueca elefantinho!
Moro em uma cidade pequena com poucos sexy shoppings e os que têm são bem fechados, exceto uma loja que me colocou na vitrine amostras de cuecas supostamente sexys de elefantinhos e cachorrinhos. Imagina como não chocou uma cidade pequena, onde nada acontece.
E quem não tem uma mamãe ou vovó que não tem em sua cozinha uma galinha onde se colocam ovos? Na minha casa tem uma horrível que foi minha vovó que deu pra minha mamãe. Ela é vermelha e de crochê, tem uma cara super assustadora e os olhinhos são daqueles que você chacoalha e mexem, sabe? Uma bolinha dentro de um vidrinho. E o pior de tudo é que quando quis dar fim, minha mãe brigou horrores comigo porque era muito caro.
Ímã de geladeira, todas as casas de classe média tem pelo menos vinte e dos mais variados possíveis: frutas, doces, chinelos, borboletas, lembranças de aniversário, telefones de pizzarias... etc!
A cozinha, na minha opinião, é a maior vítima da casa de objetos kitsch, é onde nossas mães adoram inventar modas. Sempre tem uma santa ceia cópia do Da Vinci, frutas e flores falsas, as gloriosas galinhas, os ímãs de geladeira e por aí vai!
A capital do kitsch mais conhecida é Las Vegas, não preciso nem mencionar porquê, eu acho. Afinal, a cidade brilha, literalmente, pelo seu exagero. Você pode encontrar o mundo todo em um lugar só, desde torre Eiffel à pirâmides do Egito.
Pra que Paris?
E dar a volta ao mundo nunca foi tão fácil.
E no Brasil? Qual seria a nossa capital? Por um acaso é minha vizinha, Aparecida do Norte! Quem já teve o privilégio de ir até lá sabe que as únicas coisas que vendem no shopping são imagens, bijouterias e material "cópia". E o mesmo acontece com as enormes feiras da cidade.
Eu já vi essas imagens gigantescas de lá. Gostaria de melhores fotos, mas ninguém se preocupou em mostrar todo o neon dos artigos vendidos por lá no google